DESEMPENHO DOS MÉTODOS DE HARGRAVES E PRIESTLEY-TAYLOR NA ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA
Resumo
A estimativa precisa da evapotranspiração é essencial para o desenvolvimento de estudos hidrológicos, principalmente em âmbitos de bacias hidrográficas. Todavia, os dados necessários para a aplicação do método de Penman-Monteith padronizado pela FAO (PM) nem sempre estão disponíveis. Neste sentido, é necessário que métodos mais simples como o de Priestley-Taylor (PT) e Hargreaves (HG) sejam avaliados para superar esta barreira instrumental. Por conseguinte, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho dos métodos de PT e HG para dois anos com precipitações abaixo da média na cidade de Lavras, Minas Gerais. O período de estudo abrangeu os anos de 2017 e 2018. Os modelos também foram avaliados com relação ao período úmido e seco do ano hidrológico 2017/2018. O Modelo de PT (R2 = 0,91) sobressaiu-se com relação ao de HG (R2 = 0,64) na estimativa da evapotranspiração de referência. O modelo de HG superestimou os valores de PM tanto para o período todo (PBIAS = -40) quanto para os períodos úmido (PBIAS = -50) e seco (PBIAS = -35). Por outro lado, o método de PT teve desempenho satisfatório (PBIAS < 15) para todos os períodos avaliados. Portanto, o modelo de PT é recomendado para a estimativa da evapotranspiração de referência para o clima subtropical úmido, mesmo para anos com precipitação abaixo da média.
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