RELAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NAS ÁREAS DE MANGUEZAIS NA CIDADE DE MAGÉ NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

  • Aleamara Diógenes Barreto UNISUAM
  • Alexsandro Ferreira Paiva UNISUAM
  • Douglas Bertolace Nunes UNISUAM
  • Silvia Conceição Reis Pereira Mello FIPERJ/UNISUAM
  • José Teixeira de Seixas Filho UNISUAM http://orcid.org/0000-0002-5021-1290
Palavras-chave: Peça artesanal, Manguezal, Acidente ecológico, Degradação, Poluição, Meio Ambiente, Mitigação

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo relatar as relações socioambientais do manguezal de Magé, município da Baixada Fluminense, localizado ao fundo da Baia de Guanabara. Torna-se necessário a divulgação das ações que retrocederam os obstáculos socioambientais, como a poluição e a competição por terras anteriormente utilizadas para a pesca artesanal e, atualmente, dominada pela ação de grandes empreendimentos industriais. Recuperou-se informações, sobretudo, do acidente ecológico que ocorreu em 18 de janeiro de 2000, sendo este o maior da história do país com o vazamento do duto da PETROBRÁS que liga a Refinaria Duque de Caxias (REDUC) ao seu terminal da Ilha D´Água. Com isso, foram despejados 1,3 milhões de m³ de óleo e graxa nas águas da Baía de Guanabara. Este acidente foi um marco no declínio das atividades pesqueiras desta Baía, conforme citado pela literatura. A região mais afetada é o chamado fundo da Baía, que fica entre os bairros do Caju, Ramos, Ilha do Governador e de Magé. Foi relatado os fatores que possibilitaram a degradação deste ecossistema marinho, assim como construída uma sinopse das principais peculiaridades desse ecossistema e os conflitos socioambientais ocorridos nas áreas de manguezais localizadas no município de Magé. Por estar incorporado em uma dinâmica urbana o ecossistema é afetado pelos impactos desta sociedade e também interfere no cotidiano da população local. Medidas de proteção e restauração foram adotadas para resgatar o ecossistema, como os movimentos sociais e a ação individual do reflorestamento e recuperação das áreas dos manguezais afetadas, seja por interesses econômicos, visto que fornecia madeira, a fauna destinada a pesca e catação de crustáceos, ou pela ocupação das cidades e aterros sanitários.

Biografia do Autor

Aleamara Diógenes Barreto, UNISUAM

Bióloga, Graduada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Augusto Motta (2016), Atualmente cursa Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ. Pós-graduanda em Psicopedagogia pela CENSUPEG, e Alfabetização e Letramento pela Universidade Castelo Branco.

Alexsandro Ferreira Paiva, UNISUAM

Possui graduação em Biologia pelo Centro Universitário Augusto Motta(2016). Atualmente é Técnico de Enfermagem da Hospital Dr. Balbino Ltda. Tem experiência na área de Enfermagem. 

Douglas Bertolace Nunes, UNISUAM

Mestrando em Desenvolvimento local pelo Centro Universitário Augusto Motta- UNISUAM. Possui Pós-graduação em Consultoria e Certificação ambiental, Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Universitário de Caratinga (2014) e graduação em Geografia pelo Centro Universitário de Caratinga (2008). Atualmente é engenheiro ambiental e sanitarista da Prefeitura Municipal de Chalé e professor da Prefeitura Municipal de Simonésia.

Silvia Conceição Reis Pereira Mello, FIPERJ/UNISUAM

Doutora (2009) e Mestre (2000) em Higiene veterinária e processamento tecnológico de produtos de origem animal pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Atua na área de ensino e pesquisa sendo pesquisadora da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro cedida a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro e professora e orientadora do curso de Mestrado em Desenvolvimento Local e do curso de graduação em Ciências Biológicas da UNISUAM. É consultora em agronegócios nas áreas de Aquicultura e tecnologia de pescado.

José Teixeira de Seixas Filho, UNISUAM

Possui graduação em Licenciatura e Bacharelado Em Ciências Biológicas pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1981), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (1990), doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (1998) e Pós-doutorado em Bioquímica/Enzimologia pelo Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária - BIOAGRO - da Universidade Federal de Viçosa (2008). Pesquisador aposentado da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é Professor Titular do Centro Universitário Augusto Motta, Coordenou o Mestrado Multidisciplinar em Desenvolvimento Local da UNISUAM (2008-2010) onde Desenvolve pesquisas em inserção social, cadeias produtivas sustentáveis, recursos hídricos e análises socioeconômicas em populações vulneráveis.

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Publicado
2020-03-23
Como Citar
Diógenes Barreto, A., Ferreira Paiva, A., Bertolace Nunes, D., Pereira Mello, S., & de Seixas Filho, J. (2020). RELAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NAS ÁREAS DE MANGUEZAIS NA CIDADE DE MAGÉ NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Revista Augustus, 25(50), 92-110. https://doi.org/https://doi.org/10.15202/1981896.2020v25n50p92

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