INTERVENÇÃO SOCIAL DO EMPRESARIADO E A REFORMA DO ESTADO BRASILEIRO

  • Tânia Horsth Noronha Jardim Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Palavras-chave: responsabilidade social corporativa, Estado, sociedade, direitos sociais

Resumo

O presente artigo pretende levantar o debate sobre a intervenção social do empresariado, através da entrada em cena do fenômeno da responsabilidade social no terreno empresarial, destacando três acontecimentos emblemáticos que marcam a emergência do fenômeno no Brasil: o Prêmio ECO[1] (1982), a fundação do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), em 1987, e do Grupo de Institutos e Fundações Empresariais (GIFE), em 1995. Partimos do pressuposto que estes programas abarcam uma proposta de ação social empresarial direcionada para um projeto hegemônico de sociedade, centrada no mercado, e que decorre da Reforma do Estado Brasileiro implementada na década de 1990.

 

[1] Assim denominado pelo significado da palavra: ressonância, repetição de um som emitido, propagação ou disseminação de uma ideia.

 

Biografia do Autor

Tânia Horsth Noronha Jardim, Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Doutora em Serviço Social pela PUC-Rio (2015), Professora Agregada e Coordenadora de Graduação do Departamento de Serviço Social da PUC-Rio. Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela EBAP/FGV (2001) e Graduada em Serviço Social pela PUC-Rio (1994).

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Publicado
2018-11-14
Como Citar
Noronha Jardim, T. (2018). INTERVENÇÃO SOCIAL DO EMPRESARIADO E A REFORMA DO ESTADO BRASILEIRO. Revista Augustus, 22(44), 10-33. https://doi.org/https://doi.org/10.15202/1981896.2017v22n44p10
Seção
Artigos em fluxo contínuo