Dossiê Pretagogia e Manifestações Africanas e Afro-Brasileiras para a Educação Das Relações Etnico-Raciais

2021-08-12

A Revista Augusta convida estudiosos e pesquisadores para o Dossiê Pretagogia e Manifestações Africanas e Afro-Brasileiras para A Educação das Relações Etnico-Raciais. O objetivo central da edição é reunir contribuições que tragam experiências em ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por meio da Pretagogia e de Manifestações Africanas e Afro-brasileira voltadas para a Educação das Relações Étnico-raciais.

Os trabalhos devem conter no máximo 4 autores e serem inseridos no ambiente virtual até o dia 30 de maio de 2022, para que possam ser submetidos à avaliação em duplo cego. Serão aceitos trabalhos em Língua Portuguesa, Inglesa e Espanhola. 

Os trabalhos deverão estar de acordo com as normas da Revista Augustus, e, se aceitos, serão publicados até o dia 05 de agosto de 2022.

Eixo Temático

A Pretagogia é um referencial teórico-metodológico de base africana, criado em 2010, pelo Núcleo das Africanidades Cearenses (NACE) em parceria com docentes da rede pública de Fortaleza (CE). O NACE tem dentre seus objetivos - promover a investigação, discussão e divulgação de conhecimentos sobre as culturas africanas, afro-brasileiras, em especial a afro-cearense, prioritariamente pela pesquisa e extensão universitária, na busca de dar maior visibilidade às intervenções e produções acadêmicas, culturais e políticas referentes aos segmentos afrodescendentes (SILVA, 2013).

A Pretagogia foi desenvolvida em função do I curso de Especialização Pós-graduação Lato Sensu em História e Cultura Africana e dos Afrodescendentes. Curso voltado à formação de Professores/as de Quilombos no Ceará. Para tanto, a Pretagogia está amparada nos seguintes valores de base africana, que são:

- ancestralidade; - tradição oral; - o corpo enquanto fonte espiritual, produtor de saberes; - religiosidade e a noção de território enquanto espaço-tempo. (PETIT, 2014).

Cabe ainda explicitar que a Pretagogia está fundamentada nos seguintes eixos:

- interligação da cosmovisão africana e a sociopoética na educação e na pesquisa (Petit, 2009);

- vivências propiciadas pela consciência corporal africana (Cruz, 2009);

- projeto político-pedagógico enraizado no corpo (Meijer, 2010);

- abordagem da afrodescendência, elaborada (Cunha Jr. , 2007);

- produção didática de literatura oral afro-brasileira, (Silva, 2013);

- a crítica sócio-antropológica de Munanga pondo em questão a falácia da democracia racial (Munanga, 2000);

- a conceituação de Arkhé (Sodré, 2005);

- os ensinamentos da Filosofia da Ancestralidade (Oliveira, 2009);

-  abordagem de pesquisa-intervenção (Videira, 2010);

- auto-reconhecer-se afrodescendente – alguém que sabe que faz parte de um tronco/linhagem de origem negra africana (Ki-Zerbo, 2010).

Dessa forma, é condição primeira para que os escritos sejam aprovados, o alinhamento à Pretagogia [aqui apresentada] bem como às manifestações culturais africanas e afro-brasileiras, combinadas, ao cotidiano das práticas pedagógicas voltadas para a educação das relações étnico-raciais.

Concebidas como expressões singulares das diferentes identidades dos povos e grupos étnicos, locais, regionais, as manifestações culturais africanas e afro-brasileiras implicam no diálogo entre as culturas sagradas, religiosas, ancestrais, espirituais e das tradições em África e na diáspora. (FERRAZ, 2012)

Assim, os sentidos dados aos corpos e a seus simbolismos nas práticas ritualísticas, celebrativas, tradicionais entre outros, avançam na direção das relações do corpo e suas múltiplas cosmopercepções, enquanto concepção inclusiva de mundo entre os diferentes grupos culturais, tanto do físico como celestial. (OYEWUMI, 1997)

No caso, as manifestações culturais africanas e afro-brasileiras reveladas nas artes da dança, música, literatura, fotografia, cinema possibilitam novos [e outros] significados, merecem destaque nos referenciais da Pretagogia.

 

Organizadores do Dossiê: 

Editores do Dossiê:

Geranilde Costa e Silva (UNILAB)

Luis Carlos Ferreira (UNILAB)

Rebeca de Alcântara e Silva Meijer (UNILAB)

Maria Geralda Miranda (UNISUAM)